Quando os imprevistos nos surpreendem – Parte 2

Se 915 km são transformados em 1.127 km, a situação exige mudança de planos

NA na estrada

Porta-malas absolutamente lotado – com tudo encaixado de uma maneira que tornou o Marea o carro perfeito para esta viagem; níveis de água e óleo perfeitos; tanque cheio (ostentação em época de alta nos combustíveis) e muita vontade de pegar a estrada. Assim começou a manhã da quarta-feira (4), meu primeiro dia de férias, depois de três anos de trabalho intenso e um ano funcionando no automático.

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Ainda em Brasília, tanque foi completado com gasolina comum a R$ 3.45. Porta-malas ficou lotado: na medida

Após o café da manhã, realizado em uma padaria próxima à minha casa, começamos, às 8h, aquilo que seria a minha primeira grande aventura com o meu carro. Pé na estrada para o começo da diversão. Trânsito bom no Distrito Federal, uma vez que eu pegava o contra-fluxo da manhã, quando as pessoas das regiões administrativas do DF e do Entorno rumam à região central de Brasília para trabalhar.

Brasilia campinas

Próxima (e primeira) parada: Campinas (SP). Previsão de chegada para as 18h. Tudo às mil maravilhas. Começando pela BR-040, que começa no DF, passa por Goiás, Minas Gerais e termina no Rio de Janeiro (RJ), passamos por cidades de Goiás que estão no Entorno do DF, como Valparaíso de Goiás e Luziânia. A próxima cidade goiana na lista era Cristalina, onde deveríamos pegar a BR-050, rumo a Catalão, ainda no estado goiano. Tudo simples. Moleza. Não poderia dar errado. “Mas a vida é uma caixinha de surpresas”, já diria Ricardo Pipo, ator da companhia de comédia Os Melhores do Mundo, enquanto contava a triste saga de Joseph Climber.

Traídos pela sinalização

A partir de março de 2014, a Invepar assinou o contrato de concessão da rodovia. Por 30 anos a empresa será a responsável pela recuperação, manutenção, conservação, ampliação e melhorias na rodovia. Com várias obras na pista, a qualidade do asfalto tem muito boas condições de rodagem.

Cristalina Paracatu

Asfalto bom representa uma boa porcentagem de importância em uma viagem. Mas não é tudo. Ao chegar a Cristalina, deveríamos pegar um acesso à BR-050, uma saída à direita. Mas não foi bem o que aconteceu. Seguimos reto e, quando nos demos conta, estávamos em Paracatu (MG), cidade que não fazia parte da rota planejada e que nos fez rodar 212 km (ida e volta) a mais do que o planejado.

Eu sei, você pensou em perguntar porque diabos eu não usei um GPS: eu usei. Mas o sinal da minha operadora me deixou na mão. Ao chegar em Paracatu, pedimos orientação em um próprio posto da concessionária responsável por cuidar da estrada. Ainda em Minas, poderíamos seguir rumo a Uberlândia pela BR-040, passando por Montes Claros, ou voltaríamos para Cristalina, fazendo caminho inverso nos 100 km que andamos até Paracatu.

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Após ouvir que, mesmo com duas placas, isso acontecia com várias pessoas – o que atesta que a sinalização do local não é eficaz – fomos orientados a voltar. Os argumentos foram: a estrada estava boa, tinha acostamento, os pedágios ainda estão em construção, e teríamos assistência em caso de necessidade. Indo para Uberlândia, os funcionários nos informaram que pegaríamos trechos perigosos e sem acostamento. Como não teríamos nenhum ônus, além do tempo e do combustível a mais, resolvemos acatar o conselho e voltar.

O aprendizado foi: se em algum momento você ficou em dúvida, pare, analise e pergunte. Mesmo que você tenha certeza depois de algum tempo. É melhor perder 10 ou 15 minutos do que duas horas.

Alterações nos planos

Voltei, Goiás! Com 200 km a mais no hodômetro e duas horas perdidas, os planos de almoçar e encher o tanque no triângulo mineiro foram antecipados. De volta ao caminho certo, a visita inesperada a Paracatu (MG), foi tratada de maneira bem humorada no restante do caminho. Apesar da frustração de ter errado o caminho em um trecho em que minha família já estava acostumada a viajar de carro.

Aí começaram algumas mudanças inesperadas nos planos. Nada que atrapalhasse a viagem e nos causasse mau humor. Acabamos almoçando em Pires Belo, distrito do município goiano de Catalão. E foi lá que eu abasteci meu carro com a gasolina mais cara da minha vida, até o momento.

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Para completar o tanque, foram suficientes 53.4 litros, ao custo de R$ 196,15, totalizando em R$ 3,669 cada litro da gasolina comum. O abastecimento foi o necessário para chegar a Campinas. A primeira média de consumo registrada foi de 9.3 km/l. As condições de rodagem foram: ar-condicionado ligado durante todo o trajeto, vários trechos acima da velocidade permitida de 100 km/h.

Não era difícil olhar para o velocímetro e se assustar quando me deparava com o ponteiro próximo aos 150 km/h em alguns trechos de retas desertas. Com um carro excelente para viajar, era preciso vigiar com frequência o medidor de velocidade para não ir tão depressa.

Tudo nos conformes

Após abastecer, a viagem voltou ao planejado. Com hotel já reservado e compromisso marcado com alguns amigos, a meta de chegar a Campinas era praticamente uma obrigação. Em Minas Gerais, na BR-050, vimos vários pedágios em construção. O que, com certeza, encareceria ainda mais a aventura, se estivessem prontos.

Asfalto de ótima qualidade e sinalização bastante melhor ajudaram bastante ao fazer a viagem render. Em terras mineiras, c chuva forte em alguns trechos nos fez diminuir a velocidade, mas nada que durasse muito tempo. Ao chegarmos no estado de São Paulo, onde a BR-050 é conhecido como Anhanguera, ou ainda como SP-330, é que a viagem rendeu o esperado.

Ao entrar no estado de São Paulo, fizemos uma parada rápida para um lanche em Aramina, segunda cidade ao norte do estado por essa rodovia, que fica a cerca de 340 km de Campinas, destino final do primeiro dia. Lanche feito, alongamento caprichado e de volta a estrada.

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Somente até Campinas foram oito pedágios, com preços que variaram entre R$ 5.80 e R$ 11.30. No total, gastamos R$ 57,50. Caro? Com certeza. Mas as condições de rodagem, a sinalização e as largas rodovias compensaram bastante. Placas no canteiro central alertavam que o motorista dirigia em uma das 10 melhores rodovias do país. E elas não estavam mentindo!

Lembram que no terceiro parágrafo deste texto eu disse que a previsão de chegada a Campinas era às 18h? Com as duas horas de atraso, chegamos às 20h. Ou seja: se não tivéssemos errado o trajeto, com certeza seguiríamos à risca o cronograma para os 916 km entre Brasília e Campinas.

Hospedagem e camaradagem

Tínhamos reserva feita em um simpático hotel na região central de Campinas. Fomos muito bem recebidos em um hotel de bom preço, bem localizado, com ótimo atendimento e muito bem limpo. Um quarto para três pessoas saiu por R$ 135 reais.

Em seguida, fomos a um restaurante tradicional da cidade encontrar alguns amigos. Amigos, esses, que mesmo convivendo há quase 10 anos, eu sequer conhecia pessoalmente. Quando cheguei ao restaurante, fui recebido por eles como se fossemos amigos de infância. Parte da viagem foi planejada para que, então, eu pudesse encontrá-los.

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Gostaria de deixar um abraço aos amigos Gustavo de Marchi, Paulo Oliveira e também ao Maximiliano Moraes, que moram em cidades próximas a Campinas e que tive o prazer de conhecer pessoalmente nesta viagem após anos de amizade virtual que nasceu por uma paixão em comum: carros. Este foi o primeiro dia de 915 km que viraram 1.127km mas que compensaram pela amizade.

Fica um agradecimento especial a quem comentou na primeira postagem sobre a viagem. Espero que tenham gostado!

Luzes apagadas, hora de descansar. Amanhã tem mais 950 km de muita diversão!

Estatísticas do primeiro dia de viagem:

  • Combustível: R$ 136.90 e R$196.15 - Total: R$ 333.05
  • Hospedagem: R$ 135 (Reserva feita com um mês de antecedência)
  • Consumo médio:  10 km/l
  • Pedágios: 57.50
  • Gasto total: R$ 522.55

Fotos | Reprodução Google, arquivo pessoal

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