Kombi completa 55 anos de produção no Brasil

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A Kombi está completando 55 anos de produção no Brasil. A velha senhora, como é comumente chamada, foi projetada por Ben Pon e começou a ser vendida em 1950 - no Brasil, sua produção começou em 1957, em São Bernardo do Campo (SP), onde é produzida até hoje de forma praticamente artesanal por 792 funcionários, sem o auxílio de robôs. Desde então, foram 1.500.000 unidades produzidas, e parte da produção era direcionada para a exportação para 100 países como a Nigéria, Argentina, Chile, Venezuela, Uruguai, México, Argélia e Peru. Mas esse marco merece comemoração?

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A Kombi já teve muitas faces. Já foi carro de família, principalmente nos anos 1960, época em que não existiam minivans (segmento popularizado pela Renault Espace, de 1984). Hoje, é em suma um veículo utilitário e de transporte de pessoas. Foi estereotipada como modelo de transporte alternativo nas principais cidades do Brasil e até virou carro de Hippie lá fora. Nunca perdeu sua liderança, haja vista que é um carro simples, barato e duradouro. Essa fórmula foi afetada por problemas que envolviam incêndios, que não mancharam a imagem do modelo.

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As pinturas saia e blusa, símbolos da primeira Kombi na versão Luxo, sumiram algum tempo depois da estreia da segunda reestilização, de 1975, quando a Kombi ganhava o visual aderido lá fora em 1967, sempre atrasada. Vieram versões a Diesel e de cabine dupla na versão picape, ambas mal sucedidas. Algumas melhorias vieram em 1983, como o freio de mão, que saiu do assoalho para o painel, além do próprio painel e volante, que foram renovados, enquanto lá fora ganhara uma nova reestilização que nunca chegou aqui.

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Ao longo dos anos, vieram mudanças pontuais. Em 1992, vieram os cintos de três pontos e o servo-freio, ausente até mesmo no Fusca, relançado no ano seguinte. Em 1997, viria a mudança mais abrangente. Portas corrediças e teto mais alto vieram para maximizar ainda mais as facilidades do modelo, que lá fora já estava com uma nova geração. As mudanças caracterizavam a, como foi chamada à época, Kombi Carat. Só em 2005, oito anos depois, vieram novidades, estas mais simbólicas.

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A Volkswagen aposentou o motor a ar e aderiu à refrigeração a água, com um motor 1.4 Flex. Para adaptar a velha senhora ao novo sistema de refrigeração, a Volkswagen aderiu a uma grade, ausente na versão anterior. A grade era praticamente a mesma da Kombi movida a Diesel, que não era produzida desde os anos 1980. Era a modificação visual mais marcante desde o lançamento da linha 1975. Em 2009, veio o brake-light integrado à carroceria, para atender a novas leis brasileiras.

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A Volkswagen tenta, desde a década de 1980, adaptar a Kombi aos novos tempos. Com o passar dos anos, o já defasado modelo ficou ainda mais desatualizado, e sobrevive com remendos e retalhos, como o motor refrigerado a água, o brake-light, as portas corrediças e dentre outros exemplos, que mantiveram a Kombi líder pelo seu custo x benefício imbatível. Seu preço baixo (que é altíssimo julgando pela idade do projeto) não deixa chances para os concorrentes, muito mais modernos e que custam praticamente o dobro.

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Entretanto, a Kombi poderá não sobreviver ao que seria sua última adaptação: a Lei que obriga o airbag duplo e os freios ABS de série para 2014, bem como as leis de segurança estrutural que entrarão em vigor no mesmo ano. Fontes afirmam que a Volkswagen tenta exaustivamente adaptar a Kombi para 2014, o que pode ser verdade, considerando que não há nenhum projeto de van sendo testado e que importar ou produzir a Transporter mais moderna seria caro demais. A adaptação dos freios ABS parece ter sido bem sucedida, mas o airbag dependeria de um novo painel. Algumas publicações apostam que a Volkswagen adotará o painel do antigo Santana.

Mesmo assim, os 55 anos da Kombi parecem não ajudar nos futuros crash-tests que avaliarão os modelos vendidos por aqui a partir de 2014, considerando que o mesmo modelo passou vergonha em testes semelhantes na década de 1970. A Volkswagen se contradiz: em 1986, quando retirou o Fusca de linha para dar lugar ao Santana e ao Fox (Voyage exportado para os EUA), disse que o avanço tecnológico de uma montadora é definido também pelo fim de alguns modelos. 26 anos depois, a Kombi permanece em linha. Parece que a única a comemorar os 55 anos da Kombi é a própria Volks.

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