Expedição Etios – Partes 6 e 7

Altas velocidades, sinalização ruim, uma passada em casa e eu quero uma bússola!

Praia do Forte 20-05 (3)

Dia 6 | 20/05
Trecho: Praia do Forte (BA) – Aracaju (SE)

Antes de começar as impressões desse dia, vale lembrar que tivemos um (pouco) a mais de tempo na pousada na Praia do Forte, assim como tivemos em Trancoso. É bem verdade que, dado o cansaço da viagem, todos preferimos ficar por lá pela pousada mesmo, em vez de conhecer a cidade. Eu já conhecia de outras idas, mas o resto do pessoal preferiu ficar. Ainda assim, a pousada que ficamos – chamada Refúgio da Vila – é digna de menção, pois é belíssima sem perder um ar rústico que, até certo ponto, dá um charme e tanto ao lugar.

Saída de Aracaju (1)
A estadia por lá foi da noite do dia 19 até o final da tarde do dia 20. Lá pelas 16h, partimos em comboio para Aracaju. E, duas coisas me chamaram muito a atenção nesse percurso (curto, cerca de 240 km) que pegamos: a alta velocidade do percurso e a péssima sinalização.

O caminho entre Praia do Forte e Aracaju nem sempre foi pela BR-101, e ficou evidente que as estradas entre o fim da Bahia e o começo de Sergipe precisam de uma melhoria urgente na sinalização. Percorri essa parte do caminho como passageiro, e diversas vezes tivemos uma enorme dificuldade em nos situarmos na estrada porque não havia sinalização alguma por quilômetros, fossem placas indicativas, faixas na pista ou “olhos-de-gato” luminosos nos acostamentos. Some-se a isso uma chuva fortíssima que ia e vinha desde a saída da Bahia e pronto, temos aí a tônica da ida para Aracaju. Por outro lado, havia retas enormes onde deu pra percorrermos longos trechos de mais de 110 km/h, com picos de até 140 a 145 km/h (quando a pista permitia, obviamente). Curioso também foi perceber que não havia muito movimento de caminhões em se tratando de uma segunda-feira. Mas os motoristas de caminhão que passaram por nós eram dos mais loucos e inconsequentes possíveis, como um que ultrapassou nosso comboio a toda velocidade em via de mão dupla (coisa mais que comum no nordeste, vias duplicadas ainda são raras na região), sem se importar se estava na contramão ou não.
Praia do Forte 20-05 (1)
O GPS, pra variar, se perdeu. Mas dessa vez pude ajudar o comboio, já que o caminho a partir da entrada de Sergipe eu sabia percorrer. Por sinal, as pistas no meu próprio estado também me pareceram um tanto confusas. Enquanto que em alguns quilômetros havia uma sinalização perfeita, em outros praticamente só a luz dos faróis dos Etios nos guiavam. Os trechos de pista duplicada que pegamos ajudaram e atrapalharam ao mesmo tempo. Se, por um lado, agilizaram muito o caminho que percorremos, por outro nos atrasaram um pouco, já que muitas vezes fomos obrigados a desviar a trajetória repentinamente por eles estarem inacabados. Fica até um determinado contrassenso nisso. A duplicação das vias, ao mesmo tempo que auxiliaram, também, curiosamente, acabaram atrapalhando...
Estrada pra Aracaju (1)
O caminho para Aracaju terminou na janta numa churrascaria local, e na chegada ao hotel. Por sinal, foi uma coisa estranha dormir num hotel em minha própria cidade (e ainda receber visitas dos parentes!).

Uma vez descansados e restabelecidos, todos partimos de manhã para Japaratinga (AL), onde se deu mais uma parte da viagem.

Dia 7 | 21/05
Trecho: Aracaju (SE) – Japaratinga (AL)

Saída de Aracaju
Começamos o dia de hoje com a informação de que teríamos pouco mais de 400 km pela frente. Até aí, problema nenhum, já que bastaria que simplesmente fizéssemos um revezamento das duplas que dirigiriam os carros. Mas o dia se revelou absurdamente extenuante, por uma série de fatores. E nosso “companheiro” dessa vez foi o Etios mais comentado da caravana. O hatch vermelho, que era revezado pelo Renato Maia, do Falando de Carro, e pelo Junior WM, do Papo de Homem. Apesar de igual aos outros carros, a cor vermelho-metálico se destaca em qualquer imagem ou filmagem feita, e acabou chamando a atenção de todos os membros também, muito em parte pelos motoristas, que são duas verdadeiras figuras. Júnior me cedeu o carro, pois estávamos dirigindo na minha cidade. Gentilmente agradeci

Congestionamento
A saída de Aracaju não reservou problema nenhum, é verdade. Mas tudo aquilo que veio depois parecia talhado a aparecer para nos atrapalhar. Inúmeros trechos de recapeamento com operadores de “pare-e-siga” dominavam a pista até Japaratinga. Se não bastasse, o tráfego de caminhões estava bem mais intenso que na segunda-feira, a ponto de às vezes perdermos contato visual uns com os outros graças ao Quando nos perdemos (1)intenso fluxo de veículos pesados. E, para reforçar, a pista (que também não fazia parte da BR-101), estava mais esburacada que o normal.

A imprudência dos outros motoristas chegou ao nível mais caótico provavelmente aqui, quando num trecho de mão dupla um dos veículos do nosso comboio não se chocou frontalmente com um Agile por centímetros. Quem dirigia o Etios no momento eram o Fernando, da equipe da Toyota que nos acompanha e Vicente Carvalho, do Hypeness. Se ambos não tivessem conseguido jogar o carro no acostamento da outra pista (sim, pararam na contramão para evitar o acidente), na certa algo muito ruim poderia acontecer. Se não bastasse isso, novamente quase viramos paçoca quando o Renê, do Autoblog (que está dividindo o volante comigo e pegou o carro depois de uns 180 km), tentou ultrapassar um caminhão que, além de não nos dar passagem, ainda nos jogou para a contramão.Quando nos perdemos (3)

E o “melhor” ainda estava por vir. Depois de ficarmos presos num engarrafamento de caminhões, o GPS indicou uma rota alternativa que nos mandou pra um fim de mundo nos confins de Alagoas. Rodamos mais de uma hora e sabe-se lá quantos quilômetros em estradas de terra batida, esburacadas e cheias de lama, tentando encontrar novamente a pista para Japaratinga. Uns 45 km de perdição depois, finalmente voltamos ao caminho e finalmente conseguimos seguir caminho até a cidade, que fica no norte de Alagoas. Infelizmente chegamos à noite. Mas os dias seguintes prometem, já que ficaremos dois dias aqui, até o destino final em Recife.

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